ELIZABETH GARCEZ (in memorian)

A advogada e feminista Elizabeth Garcez tornou-se reconhecida nacionalmente como referência no Direito de Família e das Mulheres. Junto com a amiga e colega de ofício Leila Linhares Barsted, criou a comissão institucional OAB-Mulher, primeiro grupo de mulheres feministas advogadas atuantes na OAB/RJ, que acompanhou os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte (1987-1988), integrando o Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM).

Beth Garcez, como era conhecida entre as colegas ativistas, foi fundadora da Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento – Agende, tendo posteriormente assumido a posição de integrante do Conselho Deliberativo da entidade.

Representando a Agende, ao lado de outras advogadas, Garcez fez parte do Consórcio Lei Maria da Penha, formada originalmente por 6 ONGs feministas em 2002 com a finalidade de estruturar uma lei integral de proteção aos direitos das mulheres, tendo ainda atuado posteriormente no Congresso Nacional para aprovar a hoje conhecida lei.

A lei aprovada em 2006, que tem o objetivo de prevenir, punir e erradicar a violência doméstica em todas as suas formas é reconhecida pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher uma das três leis mais avançadas do mundo, entre 90 países que têm legislação sobre o tema. Depois disso, a advogada prosseguiu incansavelmente em sua militância feminista. No ambiente corporativo, Garcez conseguiu pautar a discussão sobre a violência de gênero na Petrobras Transporte S.A (Transpetro), empresa brasileira de transporte e logística de combustíveis. Nessa instituição, subsidiária da Petrobrás, Elizabeth criou e participou do Comitê de Gênero.

— Elizabeth Garcez, Fundadora