BEATRIZ GALLI

Direitos humanos são a especialidade da advogada Maria Beatriz Galli, com histórico comprovado de trabalho em instituições de atividades internacionais. A defensora dos direitos das mulheres atua, há mais de 20 anos, principalmente nos casos de mortalidade materna, saúde, gênero, direitos sexuais e reprodutivos, objeção de consciência, violência sexual e aborto.

No universo acadêmico, Beatriz Galli é reconhecida na comunidade de justiça social, tendo concluído seu mestrado em Direito na Universidade de Toronto (Canadá). Da Universidade de Georgetown (Guiana) recebeu bolsa para estudar Direitos de Saúde Sexual e Reprodutiva.

No período de 2011 a 2014, ocupou a posição de Relatora Especial Nacional sobre o Direito à Saúde Sexual e Reprodutiva na Plataforma Brasileira para o DESC. Nesse cargo, teve a responsabilidade de monitorar o compromisso do governo em implementar as recomendações da CEDAW no caso de Alyne da Silva Pimentel vs. Brasil, que envolvia um caso de óbito materno evitável de mulheres negras residentes na Baixa Fluminense, estado do Rio de Janeiro.

Além disso, entre os anos de 2015 e 2016, a ativista desenvolveu pesquisas voltadas para os direitos humanos, onde avaliou as respostas em políticas públicas e a qualidade do atendimento nos serviços de saúde em meio ao surto da epidemia de zika no Brasil.

Atualmente, a advogada é consultora sênior de Políticas e Advocacia no Partners for Reproductive Justice-Ipas (organização internacional não governamental que busca aumentar o acesso ao aborto seguro e à contracepção). Nesse campo, ela dedica-se à realização de pesquisas jurídicas para entender o impacto discriminatório das leis penais relacionadas ao aborto nos sistemas de saúde e justiça dos países latino-americanos.

É também membro da Cladem – Comitê Latino-Americano e Caribenho de Defesa dos Direitos da Mulher, uma rede regional que une mulheres e organizações na busca da transformação social e construção de democracias radicais por meio de uma abordagem sociojurídica feminista, tendo passado ainda pelo Programa Diretor Brasil do Centro de Justiça e Direito Internacional (Cejil). Na Fundação Heinrich Boll (organização política alemã sem fins lucrativos), Galli foi coordenadora do Programa de Gênero e Direitos Humanos. 

Como representante da Advocaci, integrou o Consórcio de ONGs feministas, criado em 2002 com a finalidade de atuar no Congresso Nacional para elaborar e aprovar a Lei Maria da Penha. A lei aprovada em 2006, que tem o objetivo de prevenir, punir e erradicar a violência doméstica em todas as suas formas é reconhecida pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher uma das três leis mais avançadas do mundo, entre 90 países que têm legislação sobre o tema.

— Beatriz Galli, Fundadora